O texto
dissertativo-argumentativo - dicas para fazer uma boa redação
Vou
deixar, aqui, uma pequena dica sobre uma possível estrutura básica (quase um “modelo”
bem simples e pouco criativo) do texto dissertativo-argumentativo. Talvez essa
dica ajude àqueles que estão com dificuldades para desenvolver um texto de
maneira mais clara.
Vale
ressaltar que não se trata de um regra a ser seguida, mas apenas de uma dica
que pode ser totalmente ou em partes aproveitada. ---> Alguns concursos exigem
redação!
Primeiro passo:
entender bem o tema do texto
Exemplo: TEMA: “O adolescente, hoje, precisa de limites?”
- Desse
tema eu posso retirar uma expressão central: “limite para os
adolescentes”. Ou posso, simplesmente, retirar a expressão “limites”.
Segundo passo: a introdução do texto
- Posso
começar a escrever o texto dissertativo-argumentativo definindo a
expressão central retirada do tema. (entenda como uma das muitas formas de
se começar um texto)
Exemplo: Definindo a expressão “limite
para os adolescentes” : O que é, ou o que significa dar limites aos
adolescentes?
Vou
elaborar um pequeno texto (pode ser uma frase ou mais de uma) respondendo a
essa questão:
.......A sociedade constitui-se de pessoas que se transformam ao longo do
tempo, mudam a forma de pensar e agir. Isso faz com que uma geração de
adolescentes não seja, necessariamente, igual a uma anterior, assim como são
diferentes as regras e os valores sociais de cada geração. No entanto,
independente da época, sempre existirão regras e valores que moldarão o
pensamento, o comportamento, as atitudes dos jovens na sociedade – são os
chamados limites, que podem se apresentar de maneiras diversas, com maior ou
menor rigor.
- Depois
de definir a expressão central retirada do tema, é hora de esclarecer o objetivo
do texto.
- É
possível, nessa hora, responder perguntas como: o que eu pretendo
argumentar? Qual é o meu objetivo ao escrever esse texto?
- É
muito importante centrar-se no tema proposto na hora de estabelecer um
objetivo.
Exemplo: Como o tema, nesse caso, é “O
adolescente, hoje, precisa de limites?", então, o objetivo será,
exatamente, responder a essa questão. Assim, eu posso fechar minha introdução
com uma pergunta (lembrando-me, sempre, de não copiar o tema proposto) ou posso
colocar a questão do tema sem ser em forma de pergunta propriamente.
.......A sociedade constitui-se de pessoas que se transformam ao longo do
tempo, mudam a forma de pensar e agir. Isso faz com que uma geração de
adolescentes não seja, necessariamente, igual a uma anterior, assim como são
diferentes as regras e os valores sociais de cada geração. No entanto,
independente da época, sempre existirão regras e valores que moldarão o
pensamento, o comportamento, as atitudes dos jovens na sociedade – são os
chamados limites, que podem se apresentar de maneiras diversas, com maior ou
menor rigor. Hoje, questiona-se se esses limites devem ser impostos aos
adolescentes ou se estes devem ser mais livres para estabelecerem seus próprios
limites.
Terceiro passo: o desenvolvimento do texto
- Para
começar a desenvolver o texto, é interessante fazer um esquema
sobre o que quero argumentar.
- Posso
colocar em tópicos, em um rascunho, os pontos principais de cada
argumento, lembrando, sempre, do objetivo do texto, para não deixar a
redação “caminhar” para um rumo muito além do esperado.
Exemplo: O objetivo é saber se os adolescentes precisam ou não de limites. Eu
posso argumentar de várias formas. Vou colocar, aqui, 4 opções:
OPÇÃO 1: Posso defender a ideia de que os
adolescentes precisam de limites e apresentar justificativas para isso:
Esquema:
-
Os adolescentes precisam de limites porque, nessa fase da vida, ainda estão se
moldando valores que os farão indivíduos íntegros, com caráter.
-
Os adolescentes precisam de limites porque, nessa fase da vida, eles ainda não
têm total discernimento para distinguir tudo que é certo e errado, segundo um
modelo de vida sadio e com respeito à moral.
OPÇÃO 2: Posso defender a ideia de que os
adolescentes precisam de limites, justificar essa opinião e apresentar
exemplo(s) que comprove(m) isso:
Esquema:
- Os adolescentes precisam de limites porque, nessa fase da vida,
ainda estão se moldando valores que os farão indivíduos íntegros, com caráter,
e também os adolescentes não têm total discernimento para distinguir tudo que é
certo e errado segundo um modelo de vida sadio e com respeito à moral.
- Sobre os exemplos: posso apresentar valores que se aprendem na
adolescência e são levados para a vida inteira, sendo tais valores passados
através dos limites impostos. Apresentar exemplo(s), também, de atitudes de
jovens que mostram a falta de discernimento para distinguir certo e errado.
(NÃO VOU LISTAR, AQUI, OS EXEMPLOS, MAS SERIA INTERESSANTE FAZER ISSO)
OPÇÃO 3: Posso defender a ideia de que os
adolescentes NÃO precisam de limites e apresentar justificativas para
isso:
Esquema:
- Os adolescentes não precisam de limites, mas de carinho dos pais, que,
em muitos casos, mostram-se ausentes. Os limites impostos acabam
afastando pais e filhos.
- Os adolescentes não precisam de limites porque eles já são capazes de
entender as regras sociais, e os limites serviriam apenas para inibir a
criatividade, a liberdade, a capacidade do adolescente de “amadurecer” sozinho,
de encarar a realidade tal como ela é.
OPÇÃO 4: Posso defender a ideia de que os
adolescentes precisam de limites, mas estes não devem ser impostos com muito
rigor:
Esquema:
- Os adolescentes precisam de limites porque todo ser humano deve saber
lidar com regras, ter disciplina para enfrentar todo tipo de situação, e isso
se constrói ao longo da vida, principalmente, quando se é jovem.
- Por outro lado, esses limites não precisam ser impostos com tanto
rigor, porque pode tolher a criatividade do adolescente.
- Após esquematizar os argumentos, seria interessante desenvolver
esse esquema em, pelo menos, dois parágrafos.
- Não posso me esquecer de estabelecer uma ligação entre esses
parágrafos.
Exemplo: Coloquei diferentes maneiras de
desenvolver o texto. Vou escolher apenas uma para a redação não ficar muito
extensa e confusa. Vou escolher a primeira opção para exemplificar meu
desenvolvimento.
Os jovens entre
doze e dezoito anos vivem uma fase em que os valores morais e sociais ainda
estão se moldando. Trata-se de um período em que o adolescente encontra-se em
meio às regras impostas pela escola, pela família, pela sociedade em geral, e
essas regras estabelecem limites que, mais tarde, ajudarão esse adolescente de
hoje a tornar-se um cidadão íntegro, com caráter e disciplinado.
Além disso, nessa fase bem jovem da vida, não se tem total discernimento para
distinguir tudo que é certo e errado segundo um modelo de vida sadio e com
respeito à moral. O adolescente vive cercado de bons e maus exemplos, sendo
estes últimos bastante atraentes, tendo em vista o “glamour” da transgressão.
Nessa realidade, diferir o que é interessante momentaneamente e o que é correto
e promissor não é uma tarefa fácil para o adolescente, por isso é necessário
impor limites para que ele aprenda estabelecer essa distinção.
Quarto passo: a conclusão
- Para
iniciar a conclusão desse texto, voltarei à introdução do texto para
relembrar o tema e o objetivo apresentados. Escrevo, então, uma frase (ou
mais de uma) sintetizando o objetivo do texto e o foco da argumentação
(esse foco da argumentação pode ser encontrado no esquema feito para
desenvolver o texto).
- Preciso
lembrar que não posso repetir o que já foi usado na redação, preciso usar
outras palavras e escrever algo não muito longo, pois é só uma síntese.
Exemplo:
Assim, diante da dúvida se se deve impor limites aos adolescentes hoje, pode-se
afirmar que a sociedade precisa de indivíduos de bom caráter e que tenham noção
de disciplina. Para se ter isso, é preciso que os jovens saibam seguir regras,
internalizar valores e distinguir o melhor caminho a ser percorrido.
- Para
encerrar a conclusão, pode ser interessante apresentar uma solução
para o problema tratado ou uma sugestão relacionada à questão
desenvolvida.
Exemplo: como a questão que estou usando
como exemplo diz respeito aos limites, e o desenvolvimento apresentando, aqui,
centrou-se na justificativa de se impor, sim, limites aos adolescentes, então,
posso fechar o texto com uma das duas opções abaixo:
1) Uma sugestão para os pais: mostrando uma maneira de impor
limites apropriada para a geração de adolescentes atual.
2) Uma sugestão para os próprios adolescentes: mostrando uma maneira de entender a imposição de limites
como algo positivo.
Escolho,
então, a segunda opção para encerrar:
Assim, diante da
dúvida se se deve impor limites aos adolescentes hoje, pode-se afirmar que a
sociedade precisa de indivíduos de bom caráter e que tenham noção de
disciplina. Para se ter isso, é preciso que os jovens saibam seguir regras,
internalizar valores e distinguir o melhor caminho a ser percorrido. Portanto,
os adolescentes não devem enxergar os limites impostos como uma forma de
perseguição ou como uma maneira de evitar que eles “vivam a vida", mas sim
como uma autodefesa diante da liberdade exagerada, da falta de humanidade, do
modismo em detrimento do amor próprio e do excesso de "doces
armadilhas" que a realidade apresenta.
O TEXTO COMPLETO:
A sociedade constitui-se de
pessoas que se transformam ao longo do tempo, mudam a forma de pensar e agir.
Isso faz com que uma geração de adolescentes não seja, necessariamente, igual a
uma anterior, assim como são diferentes as regras e os valores sociais de cada
geração. No entanto, independente da época, sempre existirão regras e valores
que moldarão o pensamento, o comportamento, as atitudes dos jovens na sociedade
– são os
chamados limites, que podem se apresentar de maneiras diversas, com
maior ou menor rigor. Hoje, questiona-se se esses limites devem ser impostos
aos adolescentes ou se estes devem ser mais livres para estabelecerem seus
próprios limites.
Os jovens entre doze e dezoito anos vivem
uma fase em que os valores morais e sociais ainda estão se moldando. Trata-se
de um período em que o adolescente encontra-se em meio às regras impostas pela
escola, pela família, pela sociedade em geral, e essas regras estabelecem
limites que, mais tarde, ajudarão esse adolescente de hoje a tornar-se um
cidadão íntegro, com caráter e disciplinado.
Além disso, nessa fase bem
jovem da vida, não se tem total discernimento para distinguir tudo que é certo
e errado segundo um modelo de vida sadio e com respeito à moral. O adolescente
vive cercado de bons e maus exemplos, sendo estes últimos bastante atraentes,
tendo em vista o “glamour” da transgressão. Nessa realidade, diferir o que é
interessante momentaneamente e o que é correto e promissor não é uma tarefa
fácil para o adolescente, por isso é necessário impor limites para que ele
aprenda estabelecer essa distinção.
Assim, diante da dúvida se se
deve impor limites aos adolescentes hoje, pode-se afirmar que a sociedade
precisa de indivíduos de bom caráter e que tenham noção de disciplina. Para se
ter isso, é preciso que os jovens saibam seguir regras, internalizar valores e
distinguir o melhor caminho a ser percorrido. Portanto, os adolescentes não
devem enxergar os limites impostos como uma forma de perseguição ou como uma
maneira de evitar que eles “vivam a vida", mas sim como uma autodefesa
diante da liberdade exagerada, da falta de humanidade, do modismo em detrimento
do amor próprio e do excesso de "doces armadilhas" que a realidade
apresenta.
Como concluir uma redação
A conclusão deve ser sucinta, conter apenas 01 parágrafo e deve retomar a
idéia principal, desenvolvida no texto, de forma convincente.
A conclusão deve conter a síntese de tudo o que foi apresentado no texto, e
não somente em relação às idéias apresentadas no último parágrafo do
desenvolvimento.
Não se devem acrescentar informações novas na conclusão, pois, se ainda há
informações a serem inclusas, o desenvolvimento ainda não terminou.
Maneiras de se fazer o parágrafo da conclusão:
01) Retomada da tese:
A conclusão é a apresentação da visão geral do assunto tratado, portanto
pode-se retomar o que foi apresentado na introdução e/ou no desenvolvimento,
relembrando
a redação como um todo. É uma espécie de fechamento em que se parece dizer de
acordo com os exemplos/argumentos/tópicos que foram apresentados no
desenvolvimento, pode-se concluir que realmente a introdução é verdadeira.
02) Perspectiva:
Pode-se também apresentar possíveis
soluções para os problemas expostos no
desenvolvimento, buscando prováveis resultados (É preciso. É imprescindível. É
necessário.), trabalhando com a conscientização geral. Por exemplo: É
imprescindível que, diante dos argumentos expostos, todos se conscientizem de
que ...
03) Oração Coordenada Conclusiva
Pode-se ainda iniciar a conclusão com uma
conjunção coordenativa conclusiva - logo, portanto, por isso, por conseguinte,
então - apresentando, posteriormente, soluções para os problemas expostos no
desenvolvimento.
Frases-modelo, para o início da conclusão:
Apresento, aqui, algumas frases que podem ajudar, para iniciar a conclusão.
Não tomem estas frases como receita infalível. Antes de usá-las,
analise
bem o tema, planeje incansavelmente o desenvolvimento, use sua inteligência,
para ter certeza daquilo que será incluso em sua dissertação. Só depois disso,
use estas frases:
- Em
virtude dos fatos mencionados ...
- Por isso
tudo ...
- Levando-se
em consideração esses aspectos ...
- Dessa
forma ...
- Em vista
dos argumentos apresentados ...
- Dado o
exposto ...
- Tendo em
vista os aspectos observados ...
- Levando-se
em conta o que foi observado ...
- Em
virtude do que foi mencionado ...
- Por
todos esses aspectos ...
- Pela
observação dos aspectos analisados ...
- Portanto
... / logo ... / então ...
Após a frase inicial, pode-se continuar a conclusão com as seguintes frases:
- ...
é-se levado a acreditar que ...
- ...
entende-se que ...
- ...
conclui-se que ...
- ...
percebe-se que ...
- ...
resta aos homens
...
- ... é
imprescindível que todos se conscientizem de que ...
- ... é
preciso que ...
- ... é
necessário que ...
- ...
faz-se necessário que ...
Pronomes Demonstrativos na Dissertação:
Usos de este, esta, isto, esse, essa, isso na redação.
01) Este, esta, isto:
Usa-se este, esta, isto, para referir-se a frase ou oração posterior, ou
seja, frase que ainda será escrita, e para referir-se ao elemento imediatamente
anterior, ou seja, elemento que acabou de ser escrito. Ex. Atenção a estas
palavras: O fumo é prejudicial à saúde.
O fumo é prejudicial à saúde. Esta deve ser preservada sempre, portanto não
fume.
02) Esse, essa, isso:
Usa-se esse, essa, isso, para referir-se a frase ou oração anterior, ou
seja, frase que já foi escrita. Ex.: O fumo é prejudicial à saúde. Isso já foi
comprovado cientificamente.